domingo, 7 de fevereiro de 2010

Nem ontem, nem amanhã.

"Porque você não escreve heim? Não posso te ajudar, vai escrever!" Bom, estou aqui, obrigado pela ajuda! O que vale o escrever pra mim? Para que eu o uso? São perguntas que eu não tenho a minima condição de responder, talvez por preguiça de pensar a respeito disso ou sei lá o que. As pessoas não tem muito saco para ouvir o que eu falo, mas deveras parecem gostar mais do que escrevo, se é que lêem e não estão fingindo alguma coisa. Desculpem, não confio muito nas pessoas... E a culpa são delas mesmas, claro. Tenho ótimos amigos, pelo menos nisso fui afortunado, logo não preciso de muito mais pra me sustentar existencialmente, apesar de ser um tanto quanto complicado porque a vida pra mim é estranha, muito estranha mesmo. Já se perguntaram do que é feito a amizade? De que material é feito a tristeza, a felicidade, o amor? Alguns diriam que não tem matéria ai envolvida, então, o que seria? Emoção? E o que é a emoção? Impulsos eletromagneticos no cérebro e blablabla? Tudo então se resume ao cerebro? Alguns diriam que sim, eu como um bom desmiolado que sou diria que não. Há algo mais do que isso tudo que esta dentro da sua caxola, sinto que há. Sinto logo existo, não era assim que falavam? Não, acho que não. Mas a questão aqui é a seguinte: De que fibra são feitas as forças de que usamos e necessitamos para superar a dor? Acho que toda dor é um compromisso frustrado que criamos e mantemos com a gente mesmo. Isso já mostra um pouco a irracionalidade do ser humano. Claro, não falo da dor fisica, apesar de que algumas pessoas adoram levar chicotadas e serem pisadas na cabeça por uma bota de salto agulha de couro. Falo aqui daquela dor que impulsiona e ao mesmo tempo deixa a gente estacionado, o puta paradoxo que nos faz sentir vivo, simplesmente vivo e cheio de dor, apesar de jurarmos pra nós mesmos que estamos morrendo disso ou daquilo... Bobagem, estamos é muito vivos e isso dói porque a gente não está acostumado com tanta vida e com tanta vulnerabilidade. Estamos acostumados a nos proteger tanto que quando nos expomos dói. É como o olho que fica na escuridão e tem que ver a luz de uma vez. Repito a pergunta: De onde surge a força que usamos e necessitamos para superar a dor da vida, a dor da responsabilidade, do "e agora? é comigo mesmo?". É, é contigo mesmo. E agora? Agora? A pergunta já responde, pelo menos em parte, a resposta. É no agora, ao menos isso eu sei... é nos agoras, no agora de agora, no agora de daqui um pouco, no agora até a dor sumir, no agora de daqui alguns meses... Mas é urgente, sendo assim, porque não agora? A esperança as vezes é a ultima que morre mas com certeza é a primeira que respira, com isso a gente espera, espera, espera... Deixar a esperança morrer, em alguns casos, é a melhor coisa a se fazer para você mesmo, porque quando a esperança é caduca a gente se agarra ao nada e cai, só cai, sem apoio. Ai sim a gente se levanta com as próprias pernas, o que para uns significa uma vida inteira, para outros uma noite de bebedeira, para outros porém significa uma grande carga e uma grande máscara de superação, vivem na eterna aparencia e no eterno jogo do auto engano. Estamos sempre aguardando novas esperanças, fazendo novas surgirem, querendo novas a se abrirem no horizonte cinzento, mantendo as mesmas com mais confiança ainda... Somos seres esperançosos, cruéis com a gente mesmo, dignos de pena e dignos dos mais belos poemas...



Felipe Ribeiro