quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O rastro.

Algum rastro de acaso
Me convida a ser pleno
Pleno de mim, daquilo que faço
Daquilo que acredito e tento.

Algum rastro de acaso
Me convida a ser asco
Asco do outro, do que não faço
Daquilo que ignoro e nem penso.

Algum rastro de acaso
Me convida a ser passo
Passo do inédito, do que traço
Daquilo que imagino e ostento.

Algum rastro de acaso
Me convida a ser trapo
Trapo de medo, de fiasco
Daquilo que possui sem alento.

Algum rastro de acaso
Me convida a ser pasto
Pasto do tempo, do momento
Daquilo que me digere o tormento.

Algum rastro de acaso
Me convida a não ser crédulo
Crédulo do acidente, do firmamento
Daquilo que me obriga a ser no vento.

Algum rastro de acaso
Me convida a ser liberto
Liberto de mim, liberto do limitado
Daquilo que me julga sem discernimento.

Algum rastro de acaso
Acaso seria acaso esse rastro?


Felipe Ribeiro