Algum rastro de acaso
Me convida a ser pleno
Pleno de mim, daquilo que faço
Daquilo que acredito e tento.
Algum rastro de acaso
Me convida a ser asco
Asco do outro, do que não faço
Daquilo que ignoro e nem penso.
Algum rastro de acaso
Me convida a ser passo
Passo do inédito, do que traço
Daquilo que imagino e ostento.
Algum rastro de acaso
Me convida a ser trapo
Trapo de medo, de fiasco
Daquilo que possui sem alento.
Algum rastro de acaso
Me convida a ser pasto
Pasto do tempo, do momento
Daquilo que me digere o tormento.
Algum rastro de acaso
Me convida a não ser crédulo
Crédulo do acidente, do firmamento
Daquilo que me obriga a ser no vento.
Algum rastro de acaso
Me convida a ser liberto
Liberto de mim, liberto do limitado
Daquilo que me julga sem discernimento.
Algum rastro de acaso
Acaso seria acaso esse rastro?
Felipe Ribeiro
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
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