Salve, salve velha dor...
Por onde andava?
Ha quanto tempo não sentia teu calor!
Ha quanto tempo eu não a esperava?
Salve, salve bela!
Onde as lágrimas já enfim significam algo
Onde a carência enfim impera
Onde o tempo é um grande salto.
Tudo passa na velocidade da ansiedade
Tudo é saudade
Tudo é miragem
Tudo é uma incontrolável vontade...
Há e como essa vontade é insaciável
Como esse querer é ilimitado
E como a vida se torna tão apertada
Tão desprezada por aquilo que te aparta
De si mesmo.
Aquilo que ainda não é
Mas, que mesmo assim sendo, é, e como é!
Salve doença que não quero cura!
Salve paixão que me afunda!
Salve, dor, salve!
Por que é dela que se é feita a vida
Em todas as suas feridas
Abertas ou fechadas
Esquecidas ou relembradas
É disso que é feita as mágoas
E é disso que se é feito a superação
Aquilo mesmo que te dá o direito de seguir em frente
A sua oração
O seu amor descente...
Complascente e paciente
Firme, convicto que tudo dará certo
Mesmo que não acredite
Jurando martírio eterno.
Felipe Ribeiro
sábado, 16 de janeiro de 2010
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