segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Silêncio.

Palavras vãs ou nenhuma palavra? As palavras vagas deveriam ser silêncio, deveriam ser preenchidas por ele, moldadas por ele, esvaziadas por ele. Por que melhor não ter do que ter e não se orgulhar.
O silêncio doado, gratuitamente, diz diretamente. Diz mais porque vai mais longe, mais fundo, mais intimamente. O silêncio é o que mais permite.
Não invade, não oprime e nem liberta, como as palavras.
Mas permite.
Palavras pesam, cegam, queimam, cansam. Palavras libertam, amenizam, curam.
Silêncio permite.
O silêncio, só por isso, faz mais do que qualquer palavra.
Permite o que? Perguntam os viciados nas palavras, os viciados no estipular limites audíveis, visíveis, compatíveis com aquilo que mais sonham, mais esperam, mais desejam e mais desistem.
Permite.



Felipe Ribeiro.

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