quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Esperança no deserto

Do que vale um não?
Se esse mesmo não não atinge,
Não aflinge,
Não compensa,
Não atormenta
E, simplesmente, não existe?
As mentiras que digo a mim mesmo são futéis,
Ignóbeis, hostis a algo que sinto plenamente.
Talvez só tentar concretizar a verdade seria o começo de seu fim.
E, por isso mesmo, muitas pessoas alimentam segredos.
Segredos que sustentam a maior parte de suas verdadeiras aparencias.
O medo da perda do respeito a si mesmo,
Da perda de algo construido por anos,
O medo, enfim, de saber que aquela verdade
Alimentada por segredos infertéis
Nada mais é do que mais um equivoco,
Um equivoco maior do que esconder a possibilidade
De reconhecer em si o que não é
E amadurecer gradualmente o que se é.
A escolha se baseia na crença... e na fé que botamos
Em nossos equivocos.


Felipe Ribeiro

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