segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A avalanche

O mais frustrante em não se ter certeza se se é louco de fato é justamente não ter certeza se se é normal; mesmo que isso não signifique nada para quem leia ou para quem escreva isso. Nos deparamos nos comparando ao que seria loucura e normalidade em nós mesmos e adivinhem só, não se tem lá muita diferença. Na verdade eu ainda não sei se sou um louco que pensa que é normal ou um normal que pensa que as vezes é louco, ou quem sabe deve haver uma terceira via... A de realmente achar que se é alguma coisa e deixar pra lá. De fato essa terceira via é a que a maioria das pessoas usam, por preguiça de realmente buscar saber o que se é ou por pura prepotencia em afirmar que sabe de fato o que se é.
A maioria das pessoas se esquecem que há uma grande diferença entre saber alguma coisa e estar certo a respeito de alguma coisa, qualquer coisa, no minimo. E com isso apenas aceitam alguma coisa e colocam o nome daquilo de saber, não por respeito, não por admiração, não por que aquilo em si traz um sentido mais profundo em sua existência... A maioria aceita por preguiça e por vaidade; por saberem que o saber X e o saber Y concedem-lhes um status superior perante os outros ou por simplesmente saber que um saber X e um saber Y são as portas de entrada para uma futura carreira de sucessos, como se o saber fosse uma arma contra todos que querem tomar a cadeira naquele jogo infantil da dança das cadeiras.
Agora penso eu se a minha loucura é ainda achar que sou normal. Talvez o seja, já que ser normal hoje em dia nada mais é do que colecionar o que não se é em nome simplesmente do que acha que é melhor ser, não para si, mas para o jogo mesquinho que ai esta e que confere um premio, ao final de tudo, de bajulação vazia de quem não conseguiu ser pior do que o vencedor.

Felipe Ribeiro

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