sábado, 2 de outubro de 2010

Ao coração.

O socorro que precisamos está ai...
Do lado, em cima, em baixo...
À frente, atrás...
Em todos os lados...
O que é dificil de se notar é isso,
Justamente isso,
Que enquanto respirarmos haverá mudança.
Enquanto respirarmos haverá vontade.
Haverá confiança
Haverá coragem...
E porque não?

Porque temos de esperar?
Porque precisamos tanto de amparo?
A vida é isso, uma eterna exigência do acaso.
E exige apenas a nossa coragem particular...
Aquela força intima que nos faz mexer
Nos faz mudar
Nos faz ser
Mais e mais a causa a que amar...

E por que não?
Por que há o muro e o obtuso
Porque há de se ter o medo e o excluso?
Porque há de haver a tal da comparação?
A tal da diferenciação?
A tal da confusão?
Se o que nós sabemos de nós mesmos é um eterno não...
Um eterno talvez...
Um suposto quem sabe?
Um dilema reles, de uma pequenez...
Que nem ao menos nos cabe!

E porque não?!
Porque não colocar o dedo em riste?
Encarar o que nos sufoca...
Encarar o que nos faz triste...
E o que nos aborta?
Aniquila, rasga...
Mutila e afrouxa?
Porque perdemos a fala?
Quando mais precisamos, em nome do amor, discorrer?
Porque perdemos as lágrimas?
Quando mais elas não precisam escorrer?

E porque não, quem sabe?
Porque não?
Se o não mesmo é o que nos afirma!
Que nos liberta da tirania do sim inconsciente...
Daquele sim do medo, do inocente...
Da vítima constante da alheia cobiça...
De nós mesmos no fundo, que não é tão fundo...
Já que superficial, pertencente ao ilusório mundo...
Onde tudo é quase...
e quase é o tudo...

Porque não?
Porque quase!
Porque quase?
Porque não...
Simplesmente...
não.


Felipe Ribeiro.

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