quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Invocações.

A batida leve na porta me fez saltar da cama.
Ascendi o abajour meio perdido.
O que, ou quem poderia ser... vai saber!
Só sei que olhei os numeros vermelhos do relogio digital...
E nele cravavam virtualmente quatro numeros...
03:54.
Esperei outra batida na porta...
E novamente uma, duas, tres batidas leves...
Como uma seda tocando na madeira...
Me levantei, abri de súbito a porta.
E...
Nada.
Nem ninguém...
Só o corredor porcamente iluminado pela luz do abajour.
E, porque não, o frio.
E, porque não, aquela solidão.
E, porque não, a saudade.
Aquela saudade que tem gosto e cheiro...
De quando aquela porta se abria para entrar uma mulher.
E se fechava para entrar o amor.
Sentei-me na cama, comovido por uma espécie de auto-comiseração.
Apaguei o abajour e deitei, sonhando acordado com o desespero do fato...
Daquele fato aterrador...
De estar ficando maluco em ouvir batidas na porta.
Eis que novamente surge-as...
Uma, duas, tres batidas leves...
Não custava tentar... Disse: Pode entrar.
Então a porta se abriu
E o vento gélido me beijou.
E eu poderia jurar que ouvi um boa noite...
Meu amor.


Felipe Ribeiro

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