segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Do mergulho.

Me sinto esmagado pela sombra de uma futura dor...
Uma dor inevitável que vem ao longe...
Acenando com um sorriso, de braços abertos...
Para mim que um dia lhe amei.
Ela vem a passos largos
Carregando um olhar de cúmplice.
Cumplicidade de velhos tempos
Que só pertence àqueles que viveram juntos.
Na atual conjuntura ela até que é bem vinda...
Dar-me-ia um sentido, algo mais profundo...
Quem sabe ela venha pra me destruir de vez?
Quem sabe ela venha para me deixar mais manco?
Mais sábio?
Mais duro?
Mais brando?
Só sei que ela vem...
Ansiosamente aguardada, desejada...
Amada até.
Será que mudaria meus sonhos?
Minha visão?
Minha paixão?
No que eu mudaria?
Que vontade teria?
Que coragem surgiria?
Em que me arruinaria o seu abraço?
Não me importa...
Ela vem, disso eu sei...
Ela vem.
Como a tempestade ao longe
Com seus trovões, seus ventos, seu cheiro.
Ela vem.
E só a sua sombra já me faz perder o fôlego...
Talvez porque eu esteja aguardando o saltar.
Para o mergulho.


Felipe Ribeiro

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