quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Certamente, nunca mais.

A primeira coisa que eu sinto ao acordar...
São meus pés pisando no chão frio...
O arrepio triste que me corre a espinha...
O gosto podre do vinho da madrugada...
Há alguma esperança nisso tudo?
Ou isso tudo não passa de uma brincadeira?
Olho para o lado e vejo aquele corpo nu...
Virado, numa posição fetal...
Todo suado, tremulo...
Timido...
Deram um nome para aquele corpo feminino...
Sim, deram...
A questão é.. qual foi o primeiro nome que deram para ela?
E... qual é o que ela gosta de ser chamada?
Me esforço para lembrar do nome... Ah, dexa pra lá.
Calço meus chinelos velhos...
Preparo um café amargo...
Há alguma esperança nisso tudo?
Ou isso tudo não passa de uma brincadeira?
Ela aparece na porta da cozinha...
Vestida, colocando seus sapatos aos pulos...
Peço para ela esperar o café...
Ela diz que só quer acertar para ir embora...
Dou-lhe o dinheiro, ela agradece...
Me beija a face e desaparece...
Um vento frio sopra minhas costas...
O vidro quebrado da janela deixa escapar o sopro...
E eu...
Um suspiro...



Felipe Ribeiro

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