domingo, 1 de fevereiro de 2009

Poema ao covarde

Como se fosse um caminhão...
O rapaz sentiu que algo lhe trombava...
Empurando-o para a completa escuridão,
Das coisas mortas que lhe assombrava...

Prostrado ficou na cama
A esperar a calmaria
Suas dúvidas o queimavam como chama
E, cansado, por nada mais esperaria...

Começava a ficar insuportavel
Aquela sensação de sufocamento
Levantou-se, ligou o rádio...
Uma música para seu alento...

Na estação ouviu-se
Três e quinze da madrugada
Em seu coração sentiu-se
Como a uma presa em disparada

Ofegando, suando, se desmembrando
A razão ia se despedindo...
Logo o grito veio em pranto...
Era a vida lhe impedindo...

Impedia-lhe o controlar,
A sua vontade e o que tinha de ser feito...
Ele se sentiu a levitar...
Por entre o certo e o medo...

Fechou os olhos em lágrimas...
Desejou ser indiferente...
Assim como todos os párias...
Que compunham aquela gente.

Desejou enfim, desejar...
O banal
E ousou querer amar...
O que não o tornava como tal.

A responsabilidade tem seu preço,
E ele não estava preparado
Sentiu enfim desaparecer o peso
Pelo simples fugir ao Ato.

Afinal, é o que todos fazemos
Ele comodamente concluiu...
E o mundo continuou querendo
Quem por certo não admitiu...



Felipe Ribeiro

Um comentário:

SD disse...

Oi Poeta!

Você ganhou um selo... Olha que Blog Maneiro!

Dá uma conferida no meu blog que seu nome está lá... !