terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O balão sem ar...

Ora, se não vejamos... Havia aquele cara completamente tapado, que não se dava ao luxo de tentar procurar por alguma companhia mais agradável do que sua própria mão e que, movido por um impulso de sobrevivencia da espécie, tomou uma medida drástica: Colocou seu nome e telefone em todos os banheiros femininos dos bares que conhecia, o que não era pouco...Não que ele fosse timido, longe disso, ele apenas não sabia lidar com isso que chamam de romance, flerte, delicadeza.. Fora isso, mais nenhuma atitude produtiva visando a reprodução de parte de uma possivel masculinidade ou respeito que ele por acaso poderia ainda ter por si mesmo. Passaram-se os dias e aquele sentimento de expectativa dava lugar a um sentimento frustrado de que nada daria mais certo, o que, de fato, ele já esperava antes mesmo de escrever seu nome e telefone no primeiro banheiro feminino na esperança de que alguma carente, alguma desmiolada ou quem sabe uma moça legal porventura anota-se e porventura liga-se para o numero e, porventura, conversassem um pouco e quem sabe, porventura, trepassem um ou dois dias depois...
Então, dois meses depois houve uma ligação desconhecida em seu celular. Ele atendeu e se ouviu uma voz feminina e meio que ofegante do outro lado... A voz era bonita, suave...
-Alô!?
-Alô, é do telefone do Sérgio?
-Não...
-Desculpe, foi engano...
-Tudo bem, eu...
TUTUTUTUTUTUTUTU...
Enfim... a luz aparece as vezes só pra ofuscar mais os olhos dos que estão perdidos na escuridão. Enquanto isso, a gente se vira como pode, como se deve, e como se é permitdo a si mesmo se virar...


Felipe Ribeiro

Um comentário:

SD disse...

Tinha que ser uma foz ofegante? rs rs rs...

Belo exemplo de um trecho passível de ser real! E adoro somente os passíveis de assim o serem!