Há em todos uma vontade.
Há em todos um querer maior que as forças.
Há nisso tudo uma ligeira esperança.
E é nela a quem todos confiam.
E é nela a quem todos se agarram.
Há nas manhãs a melancolia do açoite.
Há nas tardes a melancolia do relógio.
Há nas noites o desespero do açoite da manhã.
E nos agarramos mais ainda na ligeira esperança.
O mar de tolices que quase engolem a ilha da razão.
A montanha de tolices que tampam o sol da ilusão.
E vivemos na sombra de nossos medos.
E todos os nossos medos são nossos sonhos mais profundos.
Ligeira esperança...
Está dentro de nossas mãos fechadas...
E nossas mãos não se abrem, estão congeladas.
Paralisadas, enterradas no gelo seco da vergonha.
Da vergonha de ter sonho.
Da vergonha de ter medo.
E da própria vergonha de ter vergonha.
Há em todos nós a vontade...
E a vontade de ter vontade própria.
Felipe Ribeiro
terça-feira, 17 de março de 2009
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