terça-feira, 12 de agosto de 2008

Mais uma tréplica qualquer

Sinto o dia como um chicote
Abro a porra dos meus olhos
fico cego com a luz do sol na minha cara
Depois de uma bebedeira
uma noite maravilhosamente desconfortável na rua
sozinho
livre
Alcanço a parede pra me apoiar
me levanto e vejo o ponto de ônibus cheio de pessoas
pessoas que andam
correm
refugam a si mesmas...
Arroto, saio de cena.
Cambaleio e vomito e penso: Poxa... Quando vai acabar?
Sento no chão
fecho os olhos
esperança inútil de a náusea passar
esperança inútil é o que mais se vende...
É o que mais se compra...
A minha esta com os ratos...
Com os ratos...
Sinto o calor da manhã
a fumaça dos carros velhos e barulhentos que vão e vem na rua.
Me levanto.
Outra vez apoiado na parede...
É a única coisa que me apoiaria nessas horas...
Dou dois passos, olho pra frente...
Respiro fundo e...
Continuo.



Felipe Ribeiro


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