terça-feira, 12 de agosto de 2008

Os dois extremos

Escutando "as bodas de Fígaro"
Bebendo um copo de uísque vagabundo.
A sutileza de dois extremos...
Escuto e bebo...
Não sei o que é melhor...
A sutileza de dois extremos...
É um arrepio acre que mastiga e cospe...
Mastiga toda mágoa e cospe toda descrença
Esta na sutileza.. na sutileza desses dois extremos
Ver, ouvir, beber, sentir e embriagar-se duplamente.
Duplamente... Onde convergem a dor e o vazio
Eis onde nasce a esperança...
Morta...
Eis onde se vislumbra o herói inútil...
A boa vontade cheia de máculas...
O podre do puro...
O suspiro ínfimo do tudo...
A sutileza esta aí...
Nos dois extremos...

Felipe Ribeiro


Um comentário:

Unknown disse...

E o que seria de nós sem esses dois extremos? Talvez o antagonismo faça o movimento, não?
O que seria do sol sem a lua? O que seria do amor sem o ódio?
Mas, voltando ao poema, sem antagonismos,o que posso dizer? Que nada é puro? Certamente... sempre há tristeza na felicidade. Sempre há impurezas. Os extremos estão aí para nos guiar... nunca estamos em um extremo: estamos nos dois simultaneamente (mesmo que pareça ambíguo)ou estamos entre eles. Ah, acho que você entendeu!

Bom texto!