terça-feira, 12 de agosto de 2008

Pra sempre no mesmo lugar

Ferimo-nos constantemente com o açoite do medo.
Eis as rédeas curtas, eis o arreio da razão.
Homo imobils toscus!
Penso que essa é a raça, a mais nova raça.
Derivada do Homo demiens...
Aquele que insistia em ser bípede
E falar asneiras.
Aquele que insistiu demais
E acabou perdendo a chupeta
Por castigo a sua teimosia insana
A sua insistência atormentada
De tentar ser mais do que realmente é.
O espaço consagrado a sua tolice
Foi o holocausto da esperança.
A harmonia ritmada da demência
O desarranjo perfeito
De uma sinfonia inacabada.
Talvez a única coisa que não se pode controlar;
É o simples fato de sermos, simplesmente, idiotas.
Esta no sangue...
Esta na alma...
Dos mais afortunados dos homens
Que se permitem continuar dançando o ritmo
Aquele ritmo acelerado e invariável do mundo
Dos tubarões...
Dos predadores vorazes,
Dos garanhões vazios, ocos e imundos.
Dos insignificantes agigantados.
Esta no sangue...
Esta na alma...
Dos mais afortunados dos homens
Que insistem na sobriedade caduca.



Felipe Ribeiro

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