terça-feira, 12 de agosto de 2008

Carimbo e assinatura.

Você me ama? - ela me pergunta.
Penso, mas que raio de pergunta é essa? Ainda mais nessa hora do dia - meio dia e quarenta e três.
O que será que levou ela a me fazer tal pergunta a essa hora? Fome?
Escuta - eu disse - vamos fazer o seguinte... Mais tarde a gente se fala, pode ser?
Mas primeiro me diz... Você me ama? - retrucou.
Amo. - eu disse.
Então ela me abraçou, me beijou a boca, a bochecha, o nariz, a testa e o resto da cara.
Mais tarde nos vemos! - Disse ela.
Tudo bem... - Disse eu.
Fechou a porta. Vesti minhas calças. Escovei meus dentes. Mijei. Olhei pro teto e nada de ele cair na minha cabeça, como de praxis, acabamos por perder essa esperança tola de que algo pode acabar conosco em um segundo quando mais a gente quer que acabe... quando mais se precisa.
E lá se foi outro dia... Onde as palavras selam o contrato inútil de uma razão desmentida pelo simples fato da vida.


Felipe Ribeiro

2 comentários:

Unknown disse...

Adorei, contrato inútil que selamos a todo momento...

Grenissa disse...

mas... "você me ama"? yahahaha

Boa!