sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Enquanto não venho pra mim.

Então lá estava eu, sentado num banco,
Escorando meus cotovelos no balcão daquele bar.
Esperava um milagre ou algo do genêro acontecer.
Esperava tanto que cansei de esperar e resolvi prestar atenção ao meu redor.
Estava acostumado com as piadas sem graça dos outros desafortunados dali.
Enfim, depois de quatro doses de uísque o mundo fica mais familiar.
E você consegue até mesmo sentir graça em tudo.
E consegue entender a sutilidade da desgraça alheia.
E da sua própria também.
E o mundo lá fora, choroso em chuva.
E o mundo aqui dentro seco pelo escárnio necessário.
Eis o brinde que podemos oferecer.
Eis aquilo pelo qual podemos realmente lucrar.


Felipe Ribeiro